Meses atrás, quando eu ainda era um neófito no mundo do Twitter, tive a oportunidade de ter contato com um Blog de uma feminista. Trata-se do Blog "Escreva Lola Escreva" da professora e feminista Lola Aronovich. Li alguns textos do Blog e até fiz alguns comentários nele. Depois disso, passei a ser seguidor de Lola no Twitter, a fim de não perder a indicação de suas postagens.
Um belo dia porém, ousei discordar de algo que Lola escreveu no Blog (sinceramente, nem lembro qual era a discordância). Ela, além de me taxar de "mascu", me bloqueou no Twitter.
Apesar de tudo, esse acontecimento me trouxe alguns ensinamentos. Aprendi o significado dos termos "mascu" e feminazi" e aprendi que até uma professora universitária (de quem se esperam certas qualidades como, por exemplo, aceitar que há pessoas que pensem de maneira diferente de você) pode ser intransigente.
Acerca da palavra "mascu" esta é, nada mais nada menos, que um termo para dar um significado ainda mais pejorativo para a palavra machista. O termo "mascu" é portanto, um "plus". Isso no mundo feminista, é claro.
Os machistas, por sua vez, cunharam um termo interessante para contra atacar as feministas: "feminazi". A alusão ao termo nazista não é por acaso.
Mas, quem são os "mascus" e quem são as "feminazis"?
"Mascus" são aqueles indivíduos que além de lutarem para que a situação das mulheres no mundo atual continue do jeito que está, pretendem anular as conquistas históricas delas. Para os "mascus" inclusive, o feminismo é uma bobagem. "Mascus", no entanto, gostam de mulheres (à sua maneira, é claro) mas, são anti feministas.
As "feminazis" são feministas radicais. Elas lutam pelos direitos das mulheres de maneira ferrenha, mesmo contra a vontade daquelas. Elas não buscam a igualdade. Pregam que a mulher tem que estar em um patamar superior aos homens. Elas são a versão feminina dos "mascus". Ademais, tais radicais enxergam o mundo de uma forma diferente. É como se elas usassem uma lente feminista e enxergassem o mundo através dela. Por conta disto, nada passa pelo crivo delas sem ser criticado ou taxado de machista. Um filme, uma propaganda, uma campanha governamental, a moda, etc Tudo passa a ser visto sob a ótica do feminismo e, criticado quando não está de acordo com tais princípios.
Considerando o fato de Lola ter me taxado de "mascu", não tenho nenhum pudor em taxá-la de "feminazi".
O fato porém, de Lola ser uma "feminazi" não me traz qualquer preocupação. Na história da humanidade a conquista de direitos das minorias, dos mais fracos ou dos mais pobres sempre foi obtida através de um processo dialético. Então, as "feminazis" estão certas, quando tentam desequilibrar o tabuleiro das relações homem x mulher para o lado que as interessa. Assim, talvez seja possível construir um mundo menos machista.
O que me preocupa em Lola (e na maior parte das feministas, diga-se de passagem), é o fato dela ser uma feminista essencialmente "teórica". Lola milita o seu feminismo nas suas aulas da faculdade, em palestras e em seu Blog. Ela não faz nada além disso. Lola não visita instituições que abrigam vítimas da violência, não vai a delegacias da mulher, não sai às ruas protestar, não vai ao congresso lutar pelos direitos das mulheres. A luta de Lola é eminentemente "teórica". O grupo "Femen", daquelas feministas que saem à ruas mostrando os seios, faz mais pelo feminismo do que "1.000 Lolas". As mulheres do Femen ganham as ruas para lutar pelos direitos das mulheres, são presas e processadas, o que faz com que sua luta seja discutida do ponto de vista jurídico. Desta forma, jurisprudências e até modificações na legislação podem ser criadas. Ademais, as imagens dessa luta "ganham o mundo" e influenciam pessoas.
E a luta de Lola, serve para alguma coisa? Bem, mostrem-me uma conquista de uma "feminista teórica" que eu mudo de ideia quanto ao papel de tais feministas em nossa sociedade.